domingo, 15 de janeiro de 2017

RELATÓRIO: MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA (MAE/UFBA): Análise da Exposição Itinerante "Índios: os Primeiros Brasileiros".

Este trabalho relata sobre as visitas técnicas realizadas pela turma da disciplina de Estudos e Pesquisas Museológicas do curso de Museologia, Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, lecionada pela Profª. Ms. Marijara Souza Queiroz, acompanhada pela professora Celina Kuniyoshi, nos museus e espaços museais em Salvador, Bahia. As visitas ocorreram no período de 03 até 10 de outubro de 2016. Como requisito para a aprovação na disciplina, cada aluno deve escolher um recorte a respeito das visitas realizadas e elabora um relatório técnico.   O recorte deste trabalho é Museu De Arqueologia E Etnologia (Mae/Ufba): Análise da Exposição Itinerante "Índios - Os Primeiros Brasileiros", relatando breve histórico do museu, explicando a importância e os objetivos desse grande projeto, conteúdo, e fazendo uma análise de modo geral da exposição itinerante "Índios - Os Primeiros Brasileiros". As visitas foram extremamente significativas, pois podemos, a partir dessas visitas, ter uma visão ampla na área de Museologia, sobretudo, os que aprendemos na parte teórica no decorrer do período do curso podem aplicar, observar e sentir diretamente na parte prática por meio das visitas técnicas como dessas nas instituições museológicas.

Relatório completo, clique aqui!

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE O USO DE TAIS NO TIMOR LESTE: ontem e hoje

Universidade de Brasília - UnB
Faculdade de Ciência da Informação - FCI
Curso de Graduação em Biblioteconomia
Disciplina: Organização do Trabalho Intelectual
Professor: Marcílio de Brito

Representações sociais sobre o uso de tais no Timor Leste:
ontem e hoje
Júlio Gusmão Amaral
130062382

Resumo: Este trabalho aborda as representações sociais sobre o uso do tais na comunidade timorense. Aponta como o tais é produzido e de que forma o tais é utilizado na comunidade timorense e identifica representações do tais em cada distrito em Timor Leste. Para tanto, neste trabalho, são utilizados textos que discutem sobre este tema, sendo feita uma análise sobre as representações sociais diante dos recortes e pontos de interesse dos trabalhos. A análise das representações sociais, de acordo com a literatura consultada apontam que há poucos estudos realizados sobre o tema e as pesquisas realizadas mostram que muitos jovens, não acostumam usar tais, pois estão vivendo no mundo moderno, a não ser que, eles estejam chamados a participar nos eventos importantes como em cerimônias, festas ou rituais religiosos, sendo mais utilizado na troca de presentes, receber os visitantes nas visitas oficiais entre os países, decorações, e entre outros.

Palavras Chave: Representações Sociais. Tais. Timor Leste.

Introdução
O vestuário é um dos principais necessidades básicas do ser humano que não pode ser separado da sua vida cotidiana. O indivíduo precisa de vestuário, pois oferece uma ampla gama benefícios tais como, diferenciação de povos, cobrir o corpo, também tem outras funções que podem mostrar o símbolo de status ou identidade de uma pessoa na vida social. Junto com o desenvolvimento do homem, transforma-se estilo de moda, também adaptar-se ao longo do tempo, portanto, cada época tem sempre modelos, de estilo moderno, que eventualmente se tornou uma tendência na comunidade em geral.
No Timor Leste, antigamente, as pessoas começavam a tecer para produzir o tecido, chamado tais, que depois, era utilizado como vestuário. Hoje em dia, esta atividade de tecelagem é considerada como patrimônio cultural que herda de geração às futuras gerações.  Observa-se uma necessidade de discutir este tema, visto que, o país encontra-se em fase de construção e desenvolvimento humano, patrimonial, econômico, social e político.
Apesar de teve efluência da cultura estrangeira, especificamente a presença portuguesa e indonésia nesta ilha, Cunha (2012, p. 132-134) aponta que
os impactos da cultura e sociedade europeias no seio das culturas timorenses deram-se por serem tão distintas e pela consequente de estruturação das sociedades e culturas nativas que ficavam ao alcance dos europeus [...].Os Indonésios, ao contrário dos portugueses, exerceram o seu papel aculturador através de duas acções fundamentais: a deslocação forçada de populações e o desenvolvimento do sistema de ensino. Paralelamente, estas acções levaram ao reforço das comunidades timorenses enquanto povo único, à adopção do português como língua comum de resistência e à contribuição do tétum praça como uma verdadeira língua veicular e nacional. Na prática os Indonésios não apenas levaram a cabo a transculturação que os portugueses não conseguiram em quase 500 anos, como lançaram definitivamente os alicerces para a construção do ideal de nação timorense [...].

No entanto, a sociedade timorense ainda se mantem fortemente a sua identidade cultural, inclusive o tais.
Sabendo que, existe treze distritos em Timor Leste, porém neste artigo não abordará das representações do tais em todos os distritos, pois as referencias bibliográficas utilizadas não fornecem informações suficientes  de todos distritos timorenses. Para abordar como o tais é produzido e de que maneira ele é usado, tomando como base ao trabalho da Fernanda de Fátima Sarmento Ximenes, intitulado “O TAIS: Desde os Primórdios à Contemporaneidade”.
 E para abordar a questão de que as diferenças representações do tais de cada distrito em Timor Leste, no trabalho intitulado “Traditional Crafts of Timor Leste: A Marketing Overview” desenvolvido pelas ONGs em Timor Leste: Alola Fundation e Oxfam. 
Assim, diante do exposto, o presente artigo tem como objetivos abordar as representações sociais sobre o uso do tais na comunidade timorense, sobretudo, apontar como o tais é produzido e de que forma o tais é utilizado na comunidade timorense; e identificar as diferenças representações do tais de cada distrito em Timor Leste.
Timor-Leste (PEREIRA, 2008) está localizado no continete Sudeste Asiático que possui 14.600 km² de extensão. O seu território é formado por terras descontínuas, sendo constituído pela parte leste da Ilha de Timor, a Ilha de Ataúro, o ilhéu de Jaco e o enclave de Oé-cusse.

A tecelagem do tais
Falando da cultura da comunidade timorense, é muito raro, se não mencionar o que é chamado tais, pois possui um dos principais elementos na identidade cultural de Timor Leste. O tais é feito artesanalmente. Esta atividade artesanal, maioritariamente, é praticada por mulheres. O principal ingrediente no processo de tecelagem de tais é o algodão. Usando teares tradicionais de madeira, a partir de fio de algodão e em seguida tingidos com corantes naturais e sintéticos. “Para se fiar utilizavam-se “rama oan” (pequenas lanças) para enrolar o algodão descaroçado em novelos que depois se iam fiando por meio de uma operação conhecida por ti’i kabas – fiação” (XIMENES, 2012, p. 7).

Uso do tais
Para Ximenes (2012, p. 11), o tais é utilizado nas diversas cerimónias culturais como se pode comprovar com a entrevista feita ao senhor Francisco de Nascimento – mestre da palavra de Soibada.
Além de servir como peça de vestuário, antigamente, já se utilizava também o tais no seu aspeto cultural em sinal de amizade, agradecimento, ou prenda a um ente familiar ou amigo; utilizava-se também nas cerimónias culturais de nascimento, de “dame-mal, fó-sala (pazes)”, como reconhecimento do erro cometido, pedido de perdão e sinal de reacolhimento; de “fetosan-umane” ( família do noivo e da noiva) o irmão da noiva coloca um tais no pescoço do noivo em sinal de aceitação como membro da família da noiva; os pais e os familiares da noiva retribuem com tais o barlaque. “O tais era também utilizado para cobrir a cama, como cortinado das casas, para enfeitar cadeiras e cátedras substituindo esteiras anteriormente usadas como sinal de respeito e consideração aos visitantes.

­            O uso do tais personalizado tem muitas funções na sociedade, embora cada região existe uma utilização especial, em cada tribo. Mas, em geral, o uso do tais  que eu saiba são os seguimtes:
Ø  Antigamente, era apenas usado como vestuário para uso diário e para cobrir o corpo;
Ø  Como vestido na dança tradicional e cerimônias tradicionais;
Ø  Como dote no casamento;
Ø  Como a prestação em caso de morte e como uma forma de valorização;
Ø  Como indicador de status social;
Ø  Como um meio para pagar uma multa se não houver um desequilíbrio;
Ø  Como um meio de troca / transação e;
Ø  Como um gesto de agradecimento para os convidados que vêm visitar.
Hoje em dia, com a mudança social e industrial, o tais perdeu o seu lugar domestico com o vestuário que é produzido por fábrica.  Portanto, considero isso como a razão de que, maiorias dos jovens timorenses não costumam usar tais não acostumam usar tais, pois estão vivendo no mundo moderno, a não ser que, eles estejam chamados a participar nos eventos importantes como em cerimônias, festas ou rituais religiosos.
Por parte do Estado e Governo de República Democrática de Timor Leste, está tendo iniciativa de preservar e promover o tais. O Estado e Governo, muito frequentemente, utilizam tais nas cerimônias oficiais do país: troca de presentes, receber os visitantes nas visitas oficiais entre os países, decorações, e entre outros.

Valores do Tais
            Em seu trabalho intitulado “O TAIS: Desde os Primórdios à Contemporaneidade”, Fernanda de Fátima Sarmento Ximenes (2012, p. 13) aponta que
o tais, de simples tecido rústico passou a permear na vida e a cultura timorenses. É como uma expressão máxima dessa cultura que pode ser considerada símbolo de Timor: o objeto mais representativo da cultura timorense. De facto, é difícil pensar em outro objeto tão representativo de Timor quanto o tais pelo seu valor cultural, pelos valores simbólicos que representa e pela contribuição no desenvolvimento económico do povo.
            Timor-Leste tem um estilo único e qualificações nítidas em termos de tecelagem. Além de valor cultural do tais, possui também o valor econômico. Por motivos desses valores, o governo tem definido no Plano Estratégico de Desenvolvimento Nacional.
A nossa tradição de artesanato pode fazer duas contribuições vitais para a economia criativa de Timor-Leste: em primeiro lugar, é a forma como se pode fazer a diferenciação no mercado, em relação a nações concorrentes; e em segundo lugar, pode ser utilizada como a base para ações de formação e educação em artesanato e desenhos. Existe potencial de inovação e desenvolvimento de artefatos modernos e de qualidade elevada para exportação. Exemplos representativos de artesanato timorense, vindos de diversas partes da Nação, serão conservados e protegidos no novo Museu e Centro Cultural de Timor-Leste (TIMOR LESTE, 2011, p. 67-68).  
            Timor Leste é considerado como um dos países mais jovens do Mundo do século XXI, que oficialmente restaurou-se sua independência em 20 de maio de 2002. Como Graziano (2012, p. 114) aponta que Timor Leste, o processo de construção do seu Estado como um país livre, soberano e independente ainda está no início e ainda existe um desafiador no caminho de desenvolvimento deste novo país. Portanto, o plano e a politica para preservar e promover a sua cultura ainda é um sonho que deveria ser realidade. Pois até a data, o Governo, oficialmente ainda não possui as instituições culturais como museu, centro cultural, etc.

O que o tais representa para cada distrito ou etnia timorense?
Nesta ilha de Timor, tanto Timor Leste como Timor Ocidental (KARO-KARO, 2009), existem três tipos de tais que são produzidos por artesãos: tais mane (utilizado por homens. Mane, em tetum, quer dizer homem);  tais feto (utilizado por mulheres. Feto, em tetum, quer dizer mulher) e; tais ki’ik ­(tais pequeno, possui formato de xale Ki’ik, em tetum, quer dizer pequeno). Apresento, em baixo, os exemplos em imagens para cada tipo de tais:
tais mane
Fonte: MOUTINHO, Célia. A Importância Dos Tais Na Cultura Timorense. 2012.
tais feto
Fonte: MOUTINHO, Célia. A Importância Dos Tais Na Cultura Timorense. 2012.
Os designs e cores do tais são associados com cada distritos do Timor Leste e ilustram ambientais, culturais e diferenças linguísticas entre os distritos e as comunidades que os habitam. Corroborando com esta análise Cabecinhas (2006, p. 2) ao discutir sobre identidade e memória social, especificamente representações sociais de estudantes timorenses e portugueses, defende que:

O modo como os grupos nacionais representam a sua história é fundamental na definição da sua própria identidade. A construção da história de cada nação é sempre um processo comparativo, já que a história de cada grupo nacional depende das relações estabelecidas com os grupos. A forma como cada grupo interpreta o seu passado, determina o seu posicionamento no presente e as suas estratégias para o futuro.

A autora discute ainda que o caráter social da memória resulta de vários fatores, mas acredita que o processo de recordar é social, uma vez que a evocação das recordações é dada a partir do contexto e de  pontos de referência que cada indivíduo utiliza para codificar, armazenar e recuperar informação, além disso,  são definidos socialmente, ou seja,  a memória do indivíduo não poderia funcionar sem conceitos, ideias, imagens e representações que são socialmente construídos e partilhados (CABECINHAS, 2006). Ainda neste contexto, a autora conclui a sua pesquisa apontando que a memória social e as representações se constroem a partir da codificação, armazenamento e recuperação de informações, que são produtos de relações sociais de indivíduos e grupos.
Na perspectiva de Jodelet (2001, p. 5) ao discutir sobre representações sociais define que:
Reconhece-se geralmente que as representações sociais, como sistemas de interpretação, que regem nossa relação com o mundo e com os outros, orientando e organizando as condutas e as comunicações sócias. Igualmente intervêm em processos tão variados quanto à difusão e a assimilação dos conhecimentos, no desenvolvimento individual e coletivo, na definição das identidades pessoais e sociais, na expressão dos grupos e nas transformações sociais.

A autora aponta ainda que as representações sociais são abordadas simultaneamente como o produto e o processo de uma atividade de apropriação da realidade exterior ao pensamento e da elaboração psicológica e social da realidade. Relacionando os apontamentos das duas autoras com a questão sobre as formas de uso do tais, é notável a relação das representações sociais com a cultura material envolvida, sobretudo, um processo capaz de definir a história e a identidade de uma grupo ou comunidade.
Como anteriormente citado, para identificar o que o tais representa para cada distrito timorense, me baseio no trabalho intitulado “Traditional Crafts of Timor Leste: A Marketing Overview” desenvolvido pelas ONGs em Timor Leste: Alola Fundation e Oxfam. Para o propósito deste projeto e do prazo, sete distritos foram selecionados com base na acessibilidade aos grupos em comentários dos distritos: Díli, Baucau, Lospalos, Covalima, Bobonaro, Oecusse e Ainaro. No entanto Taís Também são produzidos em diferentes quantidades e qualidades em distritos não incluídos neste projeto.
Tais partir de diferentes distritos têm as suas próprias cores específicas e alguns têm os seus próprios desenhos ou motivos e associações culturais. No Distrito de Bobonaro, tecedores usam o motivo anjo para acompanhar cada pessoa em sua vida e obra. Em Covalima e outros distritos, as letras e palavras também acompanham os motivos. No distrito de Oucusse, tais é designado usando motivos, tais como a lagartixa, teca e folhas de folhas (ALOLA FOUNDATION; OXFAN, 2001, p. 9).
Exemplo design do tais
Fonte: ALOLA FOUNDATION; OXFAN, 2001, p. 9
Neste trabalho das ONGs Alola Foundation e Oxfan mostra um pouco detalhe do distrito de Oecusse. Portanto, atualmente, neste distrito, o grupo de produção de tais tem algumas árvores de algodão em seus campos de arroz e ainda está fiação de algodão para a produção de tais.
Sementes de algodão ainda estão disponíveis para compra em quantidades limitadas em alguns distritos, como Maliana, Ainaro, Oecusse e Viqueque. Árvores de algodão têm uma vida produtiva de aproximadamente cinco anos. De flor em algodão o intervalo de tempo é de cerca de um mês. O conhecimento tradicional corante planta não parece ter sido perdido, embora seja raramente utilizado na produção such atual (ALOLA FOUNDATION; OXFAN, 2001, p. 11).
Em Baguia, distrito de Baucau, o motivo comum usado no design do tais, as mulheres contam a história do crocodilo, aponta-se que:
in the time before, there was a young boy who one day came across a baby crocodile, who would die if it did not soon reach the ocean. The boy picked up the baby crocodile and carried it to the water and watched it swim away. The crocodile said to the boy, that he would never forget the kindness. Many years later the crocodile came back to the beach, and met the boy again. But on this day the crocodile was very hungry and it crossed his mind to take advantage of the boy’s trust and eat him. The decision did not come easy however, so the crocodile went to ask the advice of a monkey in a tree nearby. The monkey told the crocodile how stupid it would be to eat the boy who helped him into life. So the crocodile asked a bird, who expressed the same opinion. Finally the crocodile asked the wise old snake, who told him he should be ashamed to think such a thing, as he owed his life to the young boy. So the crocodile went back to the beach to meet with the young boy. The boy climbed on his back and they swam out into the blue ocean together. They swam for days, until the crocodile could swim no more. Then he said goodbye to his young friend and as he died his body was transformed into the land of Timor (ALOLA FOUNDATION; OXFAN, 2001, p. 9).
Nesta perspectiva, em busca da origem histórica do Timor, observa-se que há uma reprodução da lenda do crocodilo e do menino, a qual é ensinada e transmitida por gerações. Desta mesma forma, há indícios de que o tais, também tenha uma relação de muitas histórias e estórias contadas pelos primeiros grupos e comunidades existentes  no país.
Em Dili, capital de Timor Leste, bem como os distritos, tecedores produz tanto em suas próprias casas ou às vezes em pequenos grupos se as facilidades estão disponíveis. De acordo com estas ONGs, Alola Foundation e Oxfam, os teares são amarrados verticalmente entre duas varas de bambu; o motivo de design é amarrado nas linhas verticais usando fios previamente tintos, que são coloridas. As linhas horizontais são então entrelaçadas na urdidura, ordenando o design. O método é complicado e exato com maior precisão e qualidade determinada pela clareza dos desenhos dentro do produto acabado (ALOLA FOUNDATION; OXFAN, 2001, p. 10).
Ainda sobre o processo de produção, as roscas e os corantes são produzidos tradicionalmente em média três meses para transformar algodão em bruto em fio mão-fiado. Tingimento também leva algum tempo. Já em Balibo, distrito de Bobonaro, as mulheres contam a história de que havia uma grande oferta da produção de algodão na região, devido a isso, há relatos de incentivo ao processo de tecelagem conforme aponta o recorte a seguir:
before the grandmothers’ time there was a plentiful supply of cotton trees in the area. Great great grandmothers taught the grandmothers how to make thread and the technique for weaving tais. Grandmothers from other suco’s know that tais originates from Suco  Balibo (ALOLA FOUNDATION; OXFAN, 2001, p. 10).


Considerações finais
No Timor Leste, o tais é considerado como uma herança cultural deixada por ancestrais daquele país. Falando da cultura deste país, o tais é um dos principais elementos presentes na identidade cultural timorense. Desde antiguidade até o momento, o seu uso está sendo mantido na comunidade timorense. É utilizado em cerimônias, festas e rituais religioso. Maioritariamente, o tais é produzido por mulheres, em teares tradicionais de madeira, a partir de fio de algodão e depois tingidos com corantes naturais e sintéticos.
“Os timorenses classificam os tais como marca da sua identidade vestuário: cada família teceria de acordo com as cores e motivos característicos, imprimindo assim a sua marca” (FERREIRA, 2014, p. 210). A partir das suas cores e dos seus designs que conseguimos identificar este ou aquele tais é pertencido daquela região ou etnia.
Hoje em dia, muitos jovens, mesmo que o tais está sendo presente fortemente na comunidade timorense, não acostumam usar tais, pois estão vivendo no mundo moderno, a não ser que, eles estejam chamados a participar nos eventos importantes como em cerimônias, festas ou rituais religiosos. Porém, por parte do Estado e Governo, muito frequentemente, utilizam tais nas cerimônias oficiais do país: troca de presentes, receber os visitantes nas visitas oficiais entre os países, decorações, e entre outros.
Há poucos estudos realizados por pesquisadores a respeito deste tema. Portanto, discutir sobre o tais, torna-se ainda relevante. É visto uma incidência de publicações isoladas na internet, mas isto não suficiente. Para comprovar isso, mostro aqui a impressão que Priscilla de Oliveira Ferreira (2014, p. 210) tem no seu trabalho sobre “que Timor é este na literatura Luís Cardoso?”. Ela diz que “apesar de não encontrarmos tantas referências assim, sobre o tais tradicional timorense na obra de Cardoso, achamos que poderíamos incluir aqui uma passagem que demonstra a importância cultural deste traje timorense e retrata a questão simbólica dos tecidos confeccionados pelas famílias [...] ”. Portanto, pouquíssimos artigos científicos (quase não há) e nada de livros estão disponíveis na internet. Por isso, seria muito interessante e é recomendável que se faça a pesquisa de campo em Timor Leste. Isto ajudará bastante no trabalho, quando for observado diretamente o modo de produzir tais, o seu uso na comunidade, identificar a sua importância e valor cultural na construção de identidade timorense.

Social representations about the use of tais in East Timor: yesterday and today

Abstract: This paper addresses the social representations about the use of tais in the Timorese community. It points out how the tais is produced and how it is used in Timorese community and identifies representations of tais in every district in East Timor. Therefore, in this paper, are used texts to discuss this issue, and made an analysis of the social representations against clippings and points of interest of the paper. The analysis of social representations, according to the literature show that there are few studies on the topic and conducted research shows that many young people are not accustomed to use tais because they are living in the modern world, unless they are called to participate in important events like in ceremonies, parties or religious rituals, being used in exchanging gifts, welcome visitors on official visits between countries, decorations, and so on.

Keywords: Social Representations. Tais. East Timor.


Referências Bibliográficas

ALOLA FOUNDATION; OXFAN. Traditional Crafts of Timor Leste: A Marketing Overview. 2001.

CUNHA, Luis Miguel Pinheiro da. O impacto da cultura e sociedade europeias em Timor-Leste: aspectos de transculturação e de globalização. Universidade de Lisboa - Lisboa, 2012.

CABECINHAS, Rosa. Identidade e memória social: estudos comparativos em Portugal e em Timor-Leste. CECS-Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade. 2006.


FERREIRA, Priscilla de Oliveira. Que Timor é este na literatura Luís Cardoso?. Universidade Federal do Rio Grande do Sul-Porto Alegre, 2014. 

GRAZIANO, Valéria Teixeira. Construção do Estado e identidades em Timor-Leste: Uma contribuição para o debate sobre a atuação da comunidade internacional nos contextos de pós conflito armado. UnB - Brasília, 2013.

JODELET, Denise. Representações sociais: um domínio em expansão. As representações sociais, p. 17-44, 2001.

KARO-KARO, Sry Rahayu. Timoru Timoru no Baburu Mura no Taisu. Universidade de Norte da Sumatra – Sumatra, 2009.


MOUTINHO, Célia. A Importância Dos Tais Na Cultura Timorense. 2012.

República Democrática de Timor Leste. Cultura e patrimônio. In: Timor-Leste Plano Estratégico De Desenvolvimento 2011 – 2030. Díli, 2011. P. 62-72.

PEREIRA, Maria Natercia Gusmão. Timor-Leste, o país do “crocodilo”no contexto económico asiático: Entre o interesse no desenvolvimento e a protecção dos direitos humanos. Díli, 2008.

XIMENES, Fernanda de Fátima Sarmento. O TAIS – Desde os Primórdios à Contemporaneidade. UNTL-Díli, 2012.


PASSEIO NO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU, PARANÁ, BRASIL.

Esta é a minha primeira publicação neste blog. Aqui, vou postar algumas fotos tirados  no Parque Nacional do Iguaçu, localizado na fronteira entre Brasil e Argentina. As cataratas do iguaçu são uma das  maiores cataratas do mundo.

Fotos: eu e minha namorada, Guida. As paisagens e as quedas de águas são maravilhosas. É muito recomendável para quem gosta de paisagem da natureza.