Universidade de Brasília - UnB
Faculdade de Ciência da Informação - FCI
Curso de Graduação em Biblioteconomia
Disciplina: Organização do Trabalho Intelectual
Professor: Marcílio de Brito
Representações sociais sobre o uso de tais no Timor Leste:
ontem e hoje
Júlio Gusmão Amaral
130062382
Resumo: Este
trabalho aborda as representações sociais sobre o uso do tais na comunidade timorense. Aponta como o tais é produzido e de que forma o tais é utilizado na comunidade timorense e
identifica representações do tais em cada distrito em Timor Leste. Para tanto,
neste trabalho, são utilizados textos que discutem sobre este tema, sendo feita
uma análise sobre as representações sociais diante dos recortes e pontos de
interesse dos trabalhos. A análise das representações sociais, de acordo com a
literatura consultada apontam que há poucos estudos realizados sobre o tema e
as pesquisas realizadas mostram que muitos jovens, não acostumam usar tais, pois estão vivendo no
mundo moderno, a não ser que, eles estejam chamados a participar nos eventos
importantes como em cerimônias, festas ou rituais religiosos, sendo mais
utilizado na troca de presentes, receber os visitantes nas visitas oficiais
entre os países, decorações, e entre outros.
Palavras Chave: Representações Sociais. Tais. Timor Leste.
Introdução
O vestuário é um dos principais necessidades básicas do ser humano que não pode ser separado da sua vida
cotidiana. O indivíduo precisa de vestuário, pois oferece uma ampla gama
benefícios tais como, diferenciação de povos, cobrir o corpo, também tem outras
funções que podem mostrar o símbolo de status ou identidade de uma pessoa na
vida social. Junto com o desenvolvimento do homem, transforma-se estilo de
moda, também adaptar-se ao longo do tempo, portanto, cada época tem sempre
modelos, de estilo moderno, que eventualmente se tornou uma tendência na
comunidade em geral.
No Timor Leste,
antigamente, as pessoas começavam a tecer para produzir o tecido, chamado tais, que depois, era utilizado como
vestuário. Hoje em dia, esta atividade de tecelagem é considerada como
patrimônio cultural que herda de geração às futuras gerações. Observa-se uma necessidade de discutir este
tema, visto que, o país encontra-se em fase de construção e desenvolvimento
humano, patrimonial, econômico, social e político.
Apesar de teve
efluência da cultura estrangeira, especificamente a presença portuguesa e
indonésia nesta ilha, Cunha (2012, p. 132-134) aponta que
os impactos da cultura e
sociedade europeias no seio das culturas timorenses deram-se por serem tão
distintas e pela consequente de estruturação das sociedades e culturas nativas
que ficavam ao alcance dos europeus [...].Os Indonésios, ao contrário dos portugueses,
exerceram o seu papel aculturador através de duas acções fundamentais: a
deslocação forçada de populações e o desenvolvimento do sistema de ensino.
Paralelamente, estas acções levaram ao reforço das comunidades timorenses
enquanto povo único, à adopção do português como língua comum de resistência e
à contribuição do tétum praça como uma verdadeira língua veicular e nacional.
Na prática os Indonésios não apenas levaram a cabo a transculturação que os
portugueses não conseguiram em quase 500 anos, como lançaram definitivamente os
alicerces para a construção do ideal de nação timorense [...].
No entanto, a sociedade timorense ainda
se mantem fortemente a sua identidade cultural, inclusive o tais.
Sabendo que, existe
treze distritos em Timor Leste, porém neste artigo não abordará das
representações do tais em todos os
distritos, pois as referencias bibliográficas utilizadas não fornecem informações suficientes de todos
distritos timorenses. Para abordar como o tais é produzido e de que maneira ele é usado, tomando como base ao
trabalho da Fernanda de Fátima Sarmento Ximenes, intitulado “O TAIS: Desde os
Primórdios à Contemporaneidade”.
E para abordar a questão de que as diferenças
representações do tais de cada distrito
em Timor Leste, no trabalho intitulado “Traditional Crafts of Timor
Leste: A Marketing Overview” desenvolvido pelas ONGs em Timor Leste: Alola
Fundation e Oxfam.
Assim, diante do
exposto, o presente artigo tem como objetivos abordar as representações sociais
sobre o uso do tais na comunidade
timorense, sobretudo, apontar como o tais
é produzido e de que forma o tais é utilizado na comunidade timorense; e
identificar as diferenças representações do tais
de cada distrito em Timor Leste.
Timor-Leste (PEREIRA, 2008) está localizado no continete Sudeste Asiático que possui 14.600 km² de extensão. O seu território é formado por terras descontínuas, sendo constituído pela parte leste da Ilha de Timor, a Ilha de Ataúro, o ilhéu de Jaco e o enclave de Oé-cusse.
A tecelagem do tais
Falando
da cultura da comunidade timorense, é muito raro, se não mencionar o que é
chamado tais, pois possui um dos
principais elementos na identidade cultural de Timor Leste. O tais é feito artesanalmente. Esta
atividade artesanal, maioritariamente, é praticada por mulheres. O principal
ingrediente no processo de tecelagem de tais
é o algodão. Usando teares tradicionais de madeira, a partir de fio de algodão
e em seguida tingidos com corantes naturais e sintéticos. “Para se fiar utilizavam-se
“rama oan” (pequenas lanças) para enrolar o algodão descaroçado em novelos que
depois se iam fiando por meio de uma operação conhecida por ti’i kabas –
fiação” (XIMENES, 2012, p. 7).
Uso do tais
Para
Ximenes (2012, p. 11), o tais é
utilizado nas diversas cerimónias culturais como se pode comprovar com a
entrevista feita ao senhor Francisco de Nascimento – mestre da palavra de
Soibada.
Além de servir como
peça de vestuário, antigamente, já se utilizava também o tais no seu aspeto
cultural em sinal de amizade, agradecimento, ou prenda a um ente familiar ou
amigo; utilizava-se também nas cerimónias culturais de nascimento, de
“dame-mal, fó-sala (pazes)”, como reconhecimento do erro cometido, pedido de
perdão e sinal de reacolhimento; de “fetosan-umane” ( família do noivo e da
noiva) o irmão da noiva coloca um tais no pescoço do noivo em sinal de
aceitação como membro da família da noiva; os pais e os familiares da noiva
retribuem com tais o barlaque. “O tais era também utilizado para cobrir a cama,
como cortinado das casas, para enfeitar cadeiras e cátedras substituindo
esteiras anteriormente usadas como sinal de respeito e consideração aos
visitantes.
O
uso do tais personalizado tem muitas
funções na sociedade, embora cada região existe uma utilização especial, em
cada tribo. Mas, em geral, o uso do tais que eu saiba são os seguimtes:
Ø Antigamente,
era apenas usado como vestuário para uso diário e para cobrir o corpo;
Ø Como
vestido na dança tradicional e cerimônias tradicionais;
Ø Como
dote no casamento;
Ø Como
a prestação em caso de morte e como uma forma de valorização;
Ø Como
indicador de status social;
Ø Como
um meio para pagar uma multa se não houver um desequilíbrio;
Ø Como
um meio de troca / transação e;
Ø Como
um gesto de agradecimento para os convidados que vêm visitar.
Hoje em dia, com a
mudança social e industrial, o tais
perdeu o seu lugar domestico com o vestuário que é produzido por fábrica. Portanto, considero isso como a razão de que,
maiorias dos jovens timorenses não costumam usar tais não acostumam usar tais, pois
estão vivendo no mundo moderno, a não ser que, eles estejam chamados a
participar nos eventos importantes como em cerimônias, festas ou rituais
religiosos.
Por parte do Estado e Governo de
República Democrática de Timor Leste, está tendo iniciativa de preservar e
promover o tais. O Estado e Governo,
muito frequentemente, utilizam tais nas cerimônias oficiais do
país: troca de presentes, receber os visitantes nas visitas oficiais entre os
países, decorações, e entre outros.
Valores do Tais
Em seu trabalho intitulado “O TAIS:
Desde os Primórdios à Contemporaneidade”, Fernanda de Fátima Sarmento Ximenes
(2012, p. 13) aponta que
o tais, de simples tecido rústico
passou a permear na vida e a cultura timorenses. É como uma expressão máxima
dessa cultura que pode ser considerada símbolo de Timor: o objeto mais
representativo da cultura timorense. De facto, é difícil pensar em outro objeto
tão representativo de Timor quanto o tais
pelo seu valor cultural, pelos valores simbólicos que representa e pela
contribuição no desenvolvimento económico do povo.
Timor-Leste tem um estilo único e
qualificações nítidas em termos de tecelagem. Além de valor cultural do tais, possui também o valor econômico.
Por motivos desses valores, o governo tem definido no Plano Estratégico de
Desenvolvimento Nacional.
A nossa tradição de artesanato
pode fazer duas contribuições vitais para a economia criativa de Timor-Leste:
em primeiro lugar, é a forma como se pode fazer a diferenciação no mercado, em
relação a nações concorrentes; e em segundo lugar, pode ser utilizada como a
base para ações de formação e educação em artesanato e desenhos. Existe
potencial de inovação e desenvolvimento de artefatos modernos e de qualidade
elevada para exportação. Exemplos representativos de artesanato timorense,
vindos de diversas partes da Nação, serão conservados e protegidos no novo
Museu e Centro Cultural de Timor-Leste (TIMOR LESTE, 2011, p. 67-68).
Timor Leste é considerado como um
dos países mais jovens do Mundo do século XXI, que oficialmente restaurou-se
sua independência em 20 de maio de 2002. Como Graziano (2012, p.
114) aponta que Timor Leste, o processo de construção do seu Estado como um
país livre, soberano e independente ainda está no início e ainda existe um
desafiador no caminho de desenvolvimento deste novo país. Portanto, o plano e a
politica para preservar e promover a sua cultura ainda é um sonho que deveria
ser realidade. Pois até a data, o Governo, oficialmente ainda não possui as
instituições culturais como museu, centro cultural, etc.
O que o tais
representa para cada distrito ou etnia timorense?
Nesta
ilha de Timor, tanto Timor Leste como Timor Ocidental (KARO-KARO, 2009), existem
três tipos de tais que são produzidos por artesãos: tais mane (utilizado por homens. Mane, em tetum, quer dizer homem); tais feto (utilizado por
mulheres. Feto, em tetum, quer dizer
mulher) e; tais ki’ik (tais
pequeno, possui formato de xale Ki’ik,
em tetum, quer dizer pequeno). Apresento, em baixo, os exemplos em imagens para
cada tipo de tais:
tais mane
Fonte:
MOUTINHO, Célia. A Importância Dos Tais Na Cultura Timorense. 2012.
tais feto
Fonte:
MOUTINHO, Célia. A Importância Dos Tais Na Cultura Timorense. 2012.
Os designs e cores do tais
são associados com cada distritos do Timor Leste e ilustram ambientais,
culturais e diferenças linguísticas entre os distritos e as comunidades que os
habitam. Corroborando com esta análise Cabecinhas (2006, p. 2) ao discutir
sobre identidade e memória social, especificamente representações sociais de
estudantes timorenses e portugueses, defende que:
O modo como os grupos nacionais
representam a sua história é fundamental na definição da sua própria
identidade. A construção da história de cada nação é sempre um processo
comparativo, já que a história de cada grupo nacional depende das relações
estabelecidas com os grupos. A forma como cada grupo interpreta o seu passado,
determina o seu posicionamento no presente e as suas estratégias para o futuro.
A autora discute ainda
que o caráter social da memória resulta de vários fatores, mas acredita que o
processo de recordar é social, uma vez que a evocação das recordações é dada a
partir do contexto e de pontos de
referência que cada indivíduo utiliza para codificar, armazenar e recuperar
informação, além disso, são definidos
socialmente, ou seja, a memória do
indivíduo não poderia funcionar sem conceitos, ideias, imagens e representações
que são socialmente construídos e partilhados (CABECINHAS, 2006). Ainda neste
contexto, a autora conclui a sua pesquisa apontando que a memória social e as
representações se constroem a partir da codificação, armazenamento e
recuperação de informações, que são produtos de relações sociais de indivíduos
e grupos.
Na perspectiva de
Jodelet (2001, p. 5) ao discutir sobre representações sociais define que:
Reconhece-se geralmente que as
representações sociais, como sistemas de interpretação, que regem nossa relação
com o mundo e com os outros, orientando e organizando as condutas e as
comunicações sócias. Igualmente intervêm em processos tão variados quanto à
difusão e a assimilação dos conhecimentos, no desenvolvimento individual e
coletivo, na definição das identidades pessoais e sociais, na expressão dos
grupos e nas transformações sociais.
A autora aponta ainda
que as representações sociais são abordadas simultaneamente como o produto e o
processo de uma atividade de apropriação da realidade exterior ao pensamento e
da elaboração psicológica e social da realidade. Relacionando os apontamentos
das duas autoras com a questão sobre as formas de uso do tais, é notável a
relação das representações sociais com a cultura material envolvida, sobretudo,
um processo capaz de definir a história e a identidade de uma grupo ou
comunidade.
Como anteriormente citado, para
identificar o que o tais representa
para cada distrito timorense, me baseio no trabalho intitulado “Traditional
Crafts of Timor Leste: A Marketing Overview” desenvolvido pelas ONGs em Timor
Leste: Alola Fundation e Oxfam. Para o propósito deste projeto e do prazo, sete
distritos foram selecionados com base na acessibilidade aos grupos em
comentários dos distritos: Díli, Baucau, Lospalos, Covalima, Bobonaro, Oecusse
e Ainaro. No entanto Taís Também são produzidos em diferentes quantidades e
qualidades em distritos não incluídos neste projeto.
Tais
partir de diferentes distritos têm as suas próprias cores específicas e alguns
têm os seus próprios desenhos ou motivos e associações culturais. No Distrito
de Bobonaro, tecedores usam o motivo anjo para acompanhar cada pessoa em sua
vida e obra. Em Covalima e outros distritos, as letras e palavras também
acompanham os motivos. No distrito de Oucusse, tais é designado usando motivos, tais como a lagartixa, teca e
folhas de folhas (ALOLA FOUNDATION; OXFAN, 2001, p. 9).
Exemplo
design do tais
Fonte: ALOLA FOUNDATION; OXFAN,
2001, p. 9
Neste trabalho das ONGs
Alola Foundation e Oxfan mostra um pouco detalhe do distrito de Oecusse.
Portanto, atualmente, neste distrito, o grupo de produção de tais tem algumas árvores de algodão em
seus campos de arroz e ainda está fiação de algodão para a produção de tais.
Sementes de algodão
ainda estão disponíveis para compra em quantidades limitadas em alguns
distritos, como Maliana, Ainaro, Oecusse e Viqueque. Árvores de algodão têm uma
vida produtiva de aproximadamente cinco anos. De flor em algodão o intervalo de
tempo é de cerca de um mês. O conhecimento tradicional corante planta não
parece ter sido perdido, embora seja raramente utilizado na produção such atual
(ALOLA
FOUNDATION; OXFAN, 2001, p. 11).
Em Baguia, distrito de Baucau, o
motivo comum usado no design do tais,
as mulheres contam a história do crocodilo, aponta-se que:
in the time before, there
was a young boy who one day came across a baby crocodile, who would die if it
did not soon reach the ocean. The boy picked up the baby crocodile and carried
it to the water and watched it swim away. The crocodile said to the boy, that
he would never forget the kindness. Many years later the crocodile came back to
the beach, and met the boy again. But on this day the crocodile was very hungry
and it crossed his mind to take advantage of the boy’s trust and eat him. The
decision did not come easy however, so the crocodile went to ask the advice of
a monkey in a tree nearby. The monkey told the crocodile how stupid it would be
to eat the boy who helped him into life. So the crocodile asked a bird, who
expressed the same opinion. Finally the crocodile asked the wise old snake, who
told him he should be ashamed to think such a thing, as he owed his life to the
young boy. So the crocodile went back to the beach to meet with the young boy.
The boy climbed on his back and they swam out into the blue ocean together.
They swam for days, until the crocodile could swim no more. Then he said
goodbye to his young friend and as he died his body was transformed into the
land of Timor (ALOLA FOUNDATION; OXFAN,
2001, p. 9).
Nesta
perspectiva, em busca da origem histórica do Timor, observa-se que há uma
reprodução da lenda do crocodilo e do menino, a qual é ensinada e transmitida
por gerações. Desta mesma forma, há indícios de que o tais, também tenha uma relação de muitas histórias e estórias
contadas pelos primeiros grupos e comunidades existentes no país.
Em Dili, capital de Timor Leste, bem como os distritos, tecedores produz
tanto em suas próprias casas ou às vezes em pequenos grupos se as facilidades
estão disponíveis. De acordo com estas ONGs, Alola Foundation e Oxfam, os
teares são amarrados verticalmente entre duas varas de bambu; o motivo de design é amarrado nas linhas verticais
usando fios previamente tintos, que são coloridas. As linhas horizontais são
então entrelaçadas na urdidura, ordenando o design. O método é complicado e
exato com maior precisão e qualidade determinada pela clareza dos desenhos
dentro do produto acabado (ALOLA FOUNDATION; OXFAN, 2001, p.
10).
Ainda sobre o processo de produção, as roscas e os
corantes são produzidos tradicionalmente em média três meses para transformar
algodão em bruto em fio mão-fiado. Tingimento também leva algum tempo. Já em
Balibo, distrito de Bobonaro, as mulheres contam a história de que havia uma
grande oferta da produção de algodão na região, devido a isso, há relatos de
incentivo ao processo de tecelagem conforme aponta o recorte a seguir:
before the grandmothers’ time there was a plentiful
supply of cotton trees in the area. Great great grandmothers taught the
grandmothers how to make thread and the technique for weaving tais.
Grandmothers from other suco’s know that tais originates from Suco Balibo (ALOLA FOUNDATION; OXFAN, 2001, p. 10).
Considerações finais
No Timor Leste, o tais é
considerado como uma herança cultural deixada por ancestrais daquele país.
Falando da cultura deste país, o tais é um dos principais elementos presentes
na identidade cultural timorense. Desde antiguidade até o momento, o seu uso
está sendo mantido na comunidade timorense. É utilizado em cerimônias, festas e
rituais religioso. Maioritariamente, o tais é produzido por mulheres, em teares
tradicionais de madeira, a partir de fio de algodão e depois tingidos com
corantes naturais e sintéticos.
“Os timorenses classificam os
tais como marca da sua identidade vestuário: cada família teceria de acordo com
as cores e motivos característicos, imprimindo assim a sua marca” (FERREIRA,
2014, p. 210). A partir das suas cores e dos seus designs que conseguimos identificar
este ou aquele tais é pertencido
daquela região ou etnia.
Hoje em dia, muitos jovens, mesmo
que o tais está sendo presente
fortemente na comunidade timorense, não acostumam usar tais, pois estão vivendo
no mundo moderno, a não ser que, eles estejam chamados a participar nos eventos
importantes como em cerimônias, festas ou rituais religiosos. Porém, por parte
do Estado e Governo, muito frequentemente, utilizam tais nas cerimônias
oficiais do país: troca de presentes, receber os visitantes nas visitas oficiais
entre os países, decorações, e entre outros.
Há poucos estudos realizados por
pesquisadores a respeito deste tema. Portanto, discutir sobre o tais, torna-se ainda relevante. É visto
uma incidência de publicações isoladas na internet, mas isto não suficiente.
Para comprovar isso, mostro aqui a impressão que Priscilla de Oliveira Ferreira
(2014, p. 210) tem no seu trabalho sobre “que Timor é este na literatura Luís
Cardoso?”. Ela diz que “apesar de não encontrarmos tantas referências assim,
sobre o tais tradicional timorense na
obra de Cardoso, achamos que poderíamos incluir aqui uma passagem que demonstra
a importância cultural deste traje timorense e retrata a questão simbólica dos
tecidos confeccionados pelas famílias [...] ”. Portanto, pouquíssimos artigos
científicos (quase não há) e nada de livros estão disponíveis na internet. Por
isso, seria muito interessante e é recomendável que se faça a pesquisa de campo
em Timor Leste. Isto ajudará bastante no trabalho, quando for observado
diretamente o modo de produzir tais,
o seu uso na comunidade, identificar a sua importância e valor cultural na construção
de identidade timorense.
Social representations about the use of tais in East Timor: yesterday and today
Abstract: This paper
addresses the social representations about the use of tais in the Timorese community. It points out how the tais is produced and how it is used in
Timorese community and identifies representations of tais in every district in East Timor. Therefore, in this paper,
are used texts to discuss this issue, and made an analysis of the social
representations against clippings and points of interest of the paper. The
analysis of social representations, according to the literature show that there
are few studies on the topic and conducted research shows that many young
people are not accustomed to use tais because
they are living in the modern world, unless they are called to participate in
important events like in ceremonies, parties or religious rituals, being used
in exchanging gifts, welcome visitors on official visits between countries,
decorations, and so on.
Keywords: Social Representations. Tais. East Timor.
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